quarta-feira, 29 de julho de 2015

Reunião com a CIS...

O Coletivo de Técnicos em Greve do Campus Curitiba decidiu agendar uma reunião com os membros da Comissão Interna de Supervisão - CIS do PCCTAE para melhor conhecer o trabalho da CIS e discutir assuntos de nossa carreira. Já foram enviados dois e-mails e até o presente momento estamos aguardando resposta.

Segue abaixo os e-mails:

Gmail<greveifpr2015@gmail.com>

reunião com o coletivo de técnicos do campus Curitiba

Greve IFPR 2015 <greveifpr2015@gmail.com>23 de julho de 2015 15:01

Para: cis@ifpr.edu.br

prezados colegas da CIS,
gostaríamos de agendar uma reunião com os membros da CIS junto ao nosso Coletivo de Técnicos em greve do Campus Curitiba. O objetivo da reunião seria ouvir da CIS como está sendo desenvolvido o trabalho, as questões nacionais que estão sendo discutidas e outros assuntos que puderem contribuir para a questão da carreira dos técnicos, em especial no âmbito do IFPR.
se possível gostaríamos de agendar terça no período da tarde ou quinta pela manhã. o local pode ser na reitoria ou no campus curitiba. o número de pessoas seria em torno de 20 pessoas pelo campus mais os membros da CIS.
saudações
coletivo de técnicos do campus Curitiba


Gmail <greveifpr2015@gmail.com>

reunião com o coletivo de técnicos do campus Curitiba

Greve IFPR 2015 <greveifpr2015@gmail.com>29 de julho de 2015 16:00

Para: jose.balbino@ifpr.edu.br, alex.chaves@ifpr.edu.br, osmair.filho@ifpr.edu.br


---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Greve IFPR 2015 <greveifpr2015@gmail.com>
Data: 23 de julho de 2015 15:01
Assunto: reunião com o coletivo de técnicos do campus Curitiba
Para: cis@ifpr.edu.br


prezados colegas da CIS,
gostaríamos de agendar uma reunião com os membros da CIS junto ao nosso Coletivo de Técnicos em greve do Campus Curitiba. O objetivo da reunião seria ouvir da CIS como está sendo desenvolvido o trabalho, as questões nacionais que estão sendo discutidas e outros assuntos que puderem contribuir para a questão da carreira dos técnicos, em especial no âmbito do IFPR.
se possível gostaríamos de agendar terça no período da tarde ou quinta pela manhã. o local pode ser na reitoria ou no campus curitiba. o número de pessoas seria em torno de 20 pessoas pelo campus mais os membros da CIS.
saudações
coletivo de técnicos do campus Curitiba
  


Seguimos aguardando retorno dos colegas eleitos por nós para compor tão importante Comissão.

Coletivo de Técnicos em Greve do Campus Curitiba

Greve IFPR 2015 - greveifpr2015@gmail.com

[Coordenação Estadual de Greve] Assembléia Estadual dia 04/08

*Como o blog está se tornando uma ferramenta importante da greve não só para Curitiba mas para outros campus do IFPR, sempre que possível reproduziremos aqui os informes recebidos da Coordenação Estadual da Greve do IFPR.

Bom dia a todas/os,

A Coordenação Estadual do movimento de greve dos TAEs do IFPR convida representantes dos campus que estão em greve para que, se possível, estejam presentes no dia 04/08/2015, às 09h no Campus Curitiba para, no período da manhã, em assembléia possamos aprovar a pauta estadual com reivindicações específicas da categoria e de cada campus do IFPR. No período da tarde protocolaremos juntos a entrega da pauta no gabinete do Reitor.

Câmpus em greve: Assis Chateaubriand
                            Campo Largo
                            Curitiba
                            Foz do Iguaçu
                            Irati
                            Ivaiporã
                            Jacarezinho
                            Jaguariaíva
                            Palmas
                            Paranavaí
                            Paranaguá
                            Telêmaco Borba
                            Umuarama
                            Goioerê

COORDENAÇÃO ESTADUAL GREVE IFPR

sexta-feira, 24 de julho de 2015

[Coordenação Estadual de Greve] Informações completas sobre a Videoconferência de 28/07

*Como o blog está se tornando uma ferramenta importante da greve não só para Curitiba mas para outros campus do IFPR, sempre que possível reproduziremos aqui os informes recebidos da Coordenação Estadual da Greve do IFPR.

Bom dia a todos!

Convidamos os 14 câmpus em greve (listados abaixo), a participar da videoconferência que será realizada no dia 28/07 (terça-feira), às 10hs da manhã.

Visto que o sistema suporta apenas a participação de 10 grupos, solicitamos que os câmpus Curitiba e Campo Largo estejam presentes aqui no SINDIEDUTEC (endereço abaixo).

A videoconferência será via Skype, no endereço eletrônico: sindiedutec@hotmail.com.

Pauta: Panorama de greve nos câmpus e compartilhar experiências.

Câmpus em greve: Assis Chateaubriand
                            Campo Largo
                            Curitiba
                            Foz do Iguaçu
                            Irati
                            Ivaiporã
                            Jacarezinho
                            Jaguariaíva
                            Palmas
                            Paranavaí
                            Paranaguá
                            Telêmaco Borba
                            Umuarama
                            Goioerê

Endereço do SINDIEDUTEC: Rua Dr. Reynaldo Machado, 399, Rebouças, Curitiba, PR.

Qualquer dúvida estamos a disposição.

Att,

Coordenação Estadual de Greve

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Sobre a videoconferência de 28/07

Na reunião do Coletivo de hoje ficou como um encaminhamento a solicitação de informações sobre a videoconferência para a Coordenação Estadual da Greve. Assim foi feito:

sobre a webconferência e reunião de 29/7

Greve IFPR 2015 <greveifpr2015@gmail.com>23 de julho de 2015 14:54

Para: SINDICATO SINDIEDUTEC <coord.estadualgreve@gmail.com>

olá colegas,
hj na nossa reunião do campus curitiba, ficamos com algumas dúvidas sobre a webconferência que está prevista para os dia 27 e 28 de julho.
vocês já pensarem em como será esta webconferência? gostariamos de saber a pauta e a metodologia e outras informações que vcs possam passar para que possamos melhor participar deste momento.
outra coisa seria a reunião de 29 de julho se ela está confirmada mesmo e se será no campus (assim, podemos ver uma sala disponível).
saudações,
em nome do coletivo do campus curitiba

Como resposta, a Coordenação Estadual encaminhou o seguinte:

Videoconferência - 28/07

SINDICATO SINDIEDUTEC <coord.estadualgreve@gmail.com>23 de julho de 2015 16:29

Para: 
Cc: greveifpr2015@gmail.com

Boa tarde!

Convidamos aos câmpus: Umuarama, Irati, Foz do Iguaçu e Curitiba a participarem de uma videoconferência com a Coordenação Estadual de Greve.

Data: 28/07/2015 (terça-feira)
Horário: às 09hs da manhã
Pauta: Panorama de greve nos câmpus e compartilhar experiências.

Qualquer dúvida estamos a disposição.

Att,

Coordenação Estadual de Greve

Para nós de Curitiba fica a possibilidade de participar diretamente na sede do SINDIEDUTEC ou pela internet (pelo SKYPE o email é sindiedutec@hotmail.com).

Coletivo de Técnicos em Greve do Campus Curitiba
Greve IFPR 2015 - greveifpr2015@gmail.com

terça-feira, 21 de julho de 2015

Nossa participação no Ato do dia 21/7

Hoje, 21/7, nosso Coletivo participou do Ato unificado dos Servidores Públicos Federais do Paraná. O Ato reuniu 300 pessoas segundo a Polícia Militar. Na próxima reunião (quinta-feira, 23/7, 9h) faremos uma avaliação da nossa participação mas por meio deste blog destacamos nossa alegria em participar do Ato junto com os colegas técnicos administrativos de Campo Largo e de Paranaguá.

Para ver as fotos do Ato feitas por um membro do nosso Coletivo, acesse: https://www.flickr.com/photos/134422330@N04/sets/72157655764604030

Vários órgãos da imprensa cobriram o ato (algumas noticias um pouco tendenciosas):







Participe você também das nossas reuniões e dos nosso atos!

Coletivo de Técnicos em Greve do Campus Curitiba
Greve IFPR 2015 - greveifpr2015@gmail.com 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

2.000 visualizações!

Textos que refletem a opinião do Coletivo, informações úteis e assuntos de interesse da categoria dos técnicos administrativos em educação. Em menos de um mês chegamos a 2.000 visualizações. Obrigado!

Coletivo de Técnicos em Greve do Campus Curitiba
Greve IFPR 2015 - greveifpr2015@gmail.com

Relato da reunião de 20/7 entre o Fórum dos SPFs e o Ministério do Planejamento

Em reunião com o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (SPF), a Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (SRT/Mpog) manteve a proposta de reajuste salarial de 21,3%, parcelado em quatro anos. Mas, apesar da falta de avanço no índice de reposição do poder de compra dos SPF, a força da mobilização das categorias do funcionalismo pressionou o governo a apresentar resposta a outros itens da pauta como a revisão dos benefícios, de acordo com a inflação acumulada no período, incluindo o ano de 2015.

Para os auxílios alimentação e saúde, sem reajuste há três anos, o governo propôs correção de 22,8%, o primeiro passaria a ser R$ 458 e o último proporcional por faixa etária, sendo o mínimo R$ 101 e o máximo R$ 205. Já o auxílio creche, desde 1995 sem correção inflacionária, o acúmulo representa um reajuste de 317%, variando de acordo com os valores praticados em cada estado.

Segundo Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, um dos pontos de discussão na mesa foi o fato do governo apresentar uma proposta que inclui a inflação do ano de 2015 para os benefícios, mas não aplicar a mesma lógica para reajuste dos salários. “A proposta que ele mantém na mesa, de 21,3%, dividido em quatro anos, não repõe nem a inflação do período”, criticou. O presidente do ANDES-SN contou que a única novidade em relação à reposição das perdas salariais foi a sinalização por parte do governo da possibilidade do acordo conter uma cláusula de renegociação em 2017, caso a inflação atinja um determinado patamar, o qual não foi definido ainda.

“A reunião demorou porque as entidades pediram vários esclarecimentos em relação a essas contradições e reafirmaram que o governo tem que rever essa proposta, pois, numa negociação salarial, o mínimo a ser apresentado é a inflação período. Todas as entidades reafirmaram a posição de que não aceitam o reajuste parcelado em quatro anos, porque isso significa corroborar, previamente, com o confisco dos salários e a perda do poder aquisitivo dos servidores”, disse.

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De acordo com Rizzo, um dos momentos de maior tensão na negociação, foi quando o secretário da SRT/Mpog, Sérgio Mendonça, afirmou que o acordo era um pacote, vinculando a os reajustes nos benefícios à aceitação do parcelamento da reposição salarial. Os servidores cobraram também resposta aos outros itens da pauta unificada de reivindicações, como a negociação coletiva, liberação de dirigentes para atividade sindical, entre outros. [...]

Os representantes do Fórum dos SPF, que reúne 23 entidades nacionais incluindo 3 centrais sindicais, estão reunidos na noite desta segunda-feira (20), na sede do ANDES-SN, para avaliar a reunião. 

Durante esta semana, deverá ocorrer uma rodada de reuniões setoriais entre as diferentes categorias do funcionalismo e o Mpog para tratar das pautas específicas. O Fórum deve voltar a se reunir com o Ministério do Planejamento na próxima semana para apresentar uma resposta. 

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Coletivo de Técnicos em Greve do Campus Curitiba participará de Ato dia 21

Em reunião esta semana foi decidido que nosso Coletivo participará de Ato dos Servidores Federais que será realizado no dia 21 de julho na Praça Santos Andrade. A ideia é publicizar nossa greve e reivindicar o atendimento da Pauta Geral dos SPFs.

Participe você também!

Coletivo de Técnicos em Greve do Campus Curitiba
Greve IFPR 2015 - greveifpr2015@gmail.com

Governo chama Fórum das Entidades dos SPFs para nova reunião na segunda-feira

As entidades que compõem o Fórum dos Servidores Públicos Federais receberam na data de hoje o Ofício Circular nº 04/2015/SRT/MP da Secretaria de Relações do Trabalho, do Ministério do Planejamento (SRT/MPOG), notificando que a próxima reunião com o Fórum das Entidades dos SPF será dia 20/07/15, segunda-feira, 16h.

A expectativa em torno desta reunião é grande pois após o governo ter apresentado uma proposta pífia de 21% em 4 anos (já noticiada neste blog), o Fórum recusou a proposta e agora se espera que nesta reunião de segunda-feira seja apresentada uma nova proposta.

Coletivo de Técnicos em Greve do Campus Curitiba
Greve IFPR 2015 - greveifpr2015@gmail.com
 
fonte da informação sobre a reunião: http://grevenasfederais.andes.org.br/ 

quinta-feira, 16 de julho de 2015

[Coordenação Estadual da Greve] Agenda Estadual da Greve

*Como o blog está se tornando uma ferramenta importante da greve não só para Curitiba mas para outros campus do IFPR, sempre que possível reproduziremos aqui os informes recebidos da Coordenação Estadual da Greve do IFPR.

 AGENDA ESTADUAL DA GREVE

16/07 a 23/07 – construção de pauta única estadual a ser encaminhada e negociada com o reitor
21/07 – Participação no Ato Público dos Servidores Federais
            - local: praça Santos Andrade, Curitiba-PR
            - horário: 10h
27/07 e 28/07 – Webconferência da Coordenação Estadual de Greve com os coletivos dos Campus em greve
29/07 – reunião com representantes de cada Campus (que puderem se deslocar para Curitiba) para definição da pauta discutida e reelaborada pelos coletivos
            - local: IFPR Campus Curitiba
            - horário: 14h
04/08 – Assembleia Estadual para a aprovação da pauta estadual
            - local: IFPR Campus Curitiba
            - horário: 9h
04/08 – Ato público dos servidores técnicos-administrativos do IFPR em frente à Reitoria
            - horário: 14h

Att.,
Coordenação Estadual de Greve.

[Coordenação Estadual da Greve] Informe de 15/07

*Como o blog está se tornando uma ferramenta importante da greve não só para Curitiba mas para outros campus do IFPR, sempre que possível reproduziremos aqui os informes recebidos da Coordenação Estadual da Greve do IFPR.

Boa tarde a todas e todos,

Encaminhamos, anexo, as últimas notícias do movimento paredista no âmbito nacional e estadual. Além dessas notícias, informamos que outras estão sendo disponibilizadas no site do SINDIEDUTEC (link ao lado direito deste blog); bem como Cartilha da Greve elaborada pelo Coletivo Nacional de Advogados dos Servidores Públicos.

Encaminhamos também a pauta local elaborada pelo Coletivo de Greve do Câmpus Curitiba, na qual constam pontos referentes às demandas de democratização dos processos institucionais e de melhorias nas condições de trabalho (em diversos aspectos) dos técnicos-administrativos. 

Essa pauta deverá ser socializada com os servidores técnicos-administrativos de todos os Câmpus, para a construção de uma pauta única a ser encaminhada e negociada junto ao reitor. 

Orientamos que cada Câmpus se organize para contribuir com a pauta já elaborada, por meio de alterações e/ou inclusões de pontos de pauta. As contribuições devem ser feitas no próprio arquivo encaminhado, da seguinte forma:
1. para inclusões, inseri-las em negrito ou com fonte colorida;
2. para alterações, inserir comentários ao lado do texto;
3. identificar no nome do documento o Câmpus de referência;
4. encaminhar e-mail de resposta no máximo até o dia 23/07 com o arquivo em anexo.

Reconhecemos a importância de que a discussão dessa pauta seja feita, independentemente da adesão ou não ao movimento grevista, uma vez que tratam-se de demandas que ultrapassam a mobilização atual. 

A Coordenação Estadual, permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos. 

Att.,

Coordenação Estadual da Greve do IFPR

[Artigo] A greve e o pau-de-sebo: por que fazer greve


No momento, estou em greve, nós, Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) do IFPR e do Brasil, estamos em greve e a todo momento nos deparamos com o questionamento de colegas e da opinião pública: por que fazer greve? Muito se debate e se discute sobre o porquê os trabalhadores fazem e devem fazer greve. As razões são muitas, as críticas também. Os pontos de vistas e instâncias de análise também são vários. Para incitar o debate gostaria de apontar alguns elementos, sem nenhuma pretensão de esgotá-los, é claro.
O primeiro aspecto é o econômico. Como sabemos a nossa sobrevivência se organiza a partir da economia capitalista. Ou, para ser mais exato, a reprodução da nossa vida social depende de uma série de mercadorias produzidas pelos trabalhadores sob o domínio do capital e que são vendidas e compradas no mercado. São produtos de diversas naturezas, mas que na essência nos garante e estende a nossa humanidade. Para adquirirmos esses produtos somos obrigados a trabalhar! Isso mesmo, somos obrigados! Ninguém trabalha por amor, se tiver alguém lendo que trabalhe por amor, por favor, depois me avise que eu passo o número da minha conta bancária e você pode depositar o seu salário. É claro que trabalhar em uma atividade que nos realize e possibilite ampliarmos nossas relações e conhecimentos é melhor e gratificante, sem contar no fato de que o trabalho é nossa mediação universal com a natureza. Mas o fato é esse, temos que trabalhar para recebermos um salário e com ele podermos adquirir os produtos para satisfazer nossa existência.
Até onde sei, não existe mercadoria e riqueza que não seja produzida pelo homem por meio de seu trabalho, portanto, o valor das mercadorias é medido pela quantidade de tempo socialmente necessário para produzi-las. Ninguém em sã consciência troca uma casa por um celular. As coisas precisam ter uma quantidade de alguma coisa para determinar o seu valor, essa coisa é o trabalho social médio que pelo sistema monetário é expresso em dinheiro. Portanto, o valor do nosso trabalho, ou para ser mais exato, da nossa força de trabalho, é medido pela quantidade de trabalho necessário para produção dos produtos e serviços que servem para nos reproduzirmos enquanto trabalhadores, que é traduzido no salário. Ou seja, assim como qualquer outra mercadoria temos um custo, que é determinado pelos produtos e serviços da nossa reprodução e de nossa família. Em contrapartida, existem indivíduos na sociedade capitalista que sobrevivem da apropriação do trabalho alheio. Reproduzem-se, não a partir do próprio trabalho, mas a partir da venda das mercadorias ou serviços produzidos pelos trabalhadores. Em linhas gerais, para esses indivíduos, quanto mais barato for o custo de produção e reprodução do trabalhador, mais se apropriarão e acumularão riquezas produzidas socialmente. Desta forma, acumuladores de riqueza tenderão sempre a reduzir ou a não permitir que aumentem o valor dos salários, para que a parte da riqueza socialmente criada seja cada vez mais acumulada em suas mãos.
De modo geral, com o desenvolvimento tecnológico, os valores das mercadorias tendem a ser menor, pois a quantidade de trabalho socialmente necessário para produzi-las tende a diminuir. Uma mercadoria que antes era produzida em 10h, com o desenvolvimento tecnológico passa agora a ser produzida em 5h, portanto, o tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-la caiu pela metade. Assim, também é com a mercadoria força de trabalho. Entretanto, os salários, expressão monetária do valor da força de trabalho, não podem deliberadamente baixar, pois além de ser inconstitucional não seria aceito política e individualmente pelos trabalhadores. Portanto, um dos mecanismos econômico para a corrosão dos salários são as mercadorias ficarem mais caras. Se os capitalistas sobrevivem da venda das mercadorias, que estão mais caras, e não aumentam os salários, logo, os seus lucros tenderão a aumentar, colocando a classe trabalhadora em situação de prejuízo. Cabe lembrar que o indicador utilizado para medir o crescimento de riquezas é o PIB (Produto Interno Bruto), que analisado em relação ao indicador para medir a desvalorização da moeda (a inflação) evidencia, de modo geral, os ganhos e perdas de poder de compra dos salários, que se confrontam com os lucros acumulados em determinados períodos. Em nossa situação atual, os TAEs acumulam 27,3% de perdas desde janeiro de 2011. Resultado: o nosso poder de reprodução social tende a diminuir a cada ano que passa. Ninguém, além do próprio trabalhador, irá aumentar os salários. E o único recurso que até hoje é comprovadamente eficaz para conseguir esse aumento, é a GREVE! Portanto, fazer greve é, em primeiro lugar, correr atrás do prejuízo econômico em que sistema nos impõe a cada ano! É triste, mas é fato! E se ninguém fazer, esse prejuízo tenderá a se acumular, e como disse Brecht: “Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. [...] Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada [...]”
É preciso registrar que a situação de prejuízo se mantém em qualquer período econômico, seja ele em momentos de prosperidade e crescimento, seja ele em momentos de crise. Em momentos de prosperidade os indivíduos que vivem da venda das mercadorias tenderão a acumular mais e não repassar esses ganhos àqueles que trabalham para ele, o prejuízo do trabalhador, portanto, será relativo, ou seja, ficará mais empobrecido frente à riqueza acumulada no período. E como o trabalhador conseguirá melhorar sua situação frente ao acumulador de riquezas? GREVE! Em períodos de crise, nem precisa se estender muito, o acumulador de riquezas irá tentar achatar o salário para manter seu padrão de acumulação. Como o trabalhador deve agir para não perder tanto? GREVE! Enfim, economicamente, está mais que provado que a greve é um dos únicos meios para não perder tanto.
Ouvimos muitas besteiras sobre grevistas. Alguns dizem que são “gananciosos”, outros dizem que “se não está satisfeito procure outro lugar para trabalhar”, alguns até se vendem por funções gratificadas para compensar essas percas acumuladas ao longo dos anos. Não que certas funções não devam ser gratificadas, mas que devem ser entendidas como tais e quais, e não como correntes que impeçam seus gratificados de lutar por melhorias. Enfim, a maioria dessas opiniões e ações tem como princípio saídas individuais, e que a médio prazo irá se deparar com os mesmos prejuízos que tentou fugir individualmente, visto que os efeitos da economia são globais e não apenas setoriais.
O outro aspecto importante é o político. Como sabemos, cada tipo de indivíduo acima descrito, o trabalhador e o acumulador de riquezas, juntos formam uma classe social. Cumpre informar que atualmente no Brasil os trabalhadores representam cerca de 75% da população economicamente ativa, enquanto a outra classe representa apenas cerca de 3%! No entanto, as regras impostas, trabalhar em troca de um salário por exemplo, são definidas para atender aos interesses econômicos desses 3%. Isto porque a ordem jurídica é definida politicamente por essa classe. Como são apenas 3% a facilidade de associação, de organização e de definição política é proporcionalmente oposta aos 75% de dificuldades que a classe trabalhadora enfrenta. Portanto, politicamente manter os interesses para acumulação da riqueza, conforme os elementos econômicos acima expostos, é incrivelmente mais fácil que a classe trabalhadora lutar pelos seus. Sem falar na facilidade de recursos que esses senhores e senhoras possuem.  Assim, o momento de greve é também um momento de organização política dos trabalhadores. É quando nos conhecemos melhor, quando sabemos das dificuldades que os colegas enfrentam, quando nos reconhecemos como classe e que juntos podemos mudar alguma coisa, porque temos os mesmos interesses, os mesmos principais desafios, a mesma situação econômica. Ouvi algumas pessoas relatarem que enxergam como “perigoso os setores conversarem uns com os outros”. E é isso mesmo! É isso que temos que fazer! Pois cabe perguntar: é perigoso para quem, carapalida? Portanto, a GREVE é importante também politicamente!
Juridicamente não chega nem ser um motivo, mas uma garantia. Fruto do acúmulo de lutas passadas, de greves passadas, de trabalhadores passados, a sociedade brasileira garantiu em seu ordenamento o direito dos trabalhadores fazerem greve. É um reconhecimento jurídico dentro de nosso sistema que comprova que os trabalhadores um dia necessitarão utilizá-la. 
É importante esclarecer também que nós, TAEs, não trabalhamos para um acumulador de riquezas, nos sentido stricto. Somos trabalhadores do Estado, mas que em essência nossa reprodução se equipara aos padrões econômicos dos trabalhadores privados. Com exceção de uma carreira ou outra, ou de uma garantia ou outra (estabilidade por exemplo) o nosso padrão de exploração se assemelha à classe trabalhadora geral, a diferença é que a riqueza que produzimos não é apropriada por um patrão, mas pela população em geral.
Por fim, gostaria de chamar a atenção para a questão da necessidade dos trabalhadores sempre terem que correr atrás do prejuízo. É triste, é fato, mas pode ser diferente! Esse prejuízo é em decorrência dos acumulares de riquezas terem em suas mãos os meios de produção da vida! Ou seja, eles são donos, proprietários dos meios que possibilitam produzir os produtos para a nossa reprodução. E a medida em que não temos esses meios, somos obrigados a vender a nossa única propriedade: nossa força de trabalho! E em razão dessa venda, e outros aspectos que não cabe aqui desenvolver, se desencadeia toda a situação econômica acima descrita. O fato, portanto, é entendermos a nossa força econômica e política para lutarmos também para superar essa forma de organizar a produção da nossa vida! Pararmos de subir no pau-de-sebo para logo em seguida descermos, pois como demonstrado acima, lutar por salário no capitalismo é isso: subir no pau-de-sebo! Precisamos começar a entender que podemos muito mais que só fazer GREVE!   

Leandro José de Araujo
Assistente Social CRESS/PR 8.250
IFPR/Câmpus Curitiba

* Este é um artigo de autoria pessoal cujo conteúdo é de inteira responsabilidade do seu autor e as opiniões nele emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista do Coletivo. Mande você também seu artigo para: greveifpr2015@gmail.com

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Nota de Esclarecimento referente ao cancelamento da Reunião de Pais do Campus Curitiba

NOTA DE ESCLARECIMENTO
Em reunião do Coletivo de Técnicos em Greve do campus Curitiba, nos foi informado que a Direção de Ensino do referido campus publicou no Facebook e enviou, apenas a estudantes e professores, na data de 03 de julho de 2015, um e-mail cancelando a reunião de pais prevista para o dia seguinte e responsabilizando os técnicos administrativos do NAEP, notadamente os técnicos em greve deste Setor, pelo dito cancelamento.

Diante disso, emitimos a presente Nota de Esclarecimento à Comunidade do IFPR informando que o calendário acadêmico/escolar sofreu alteração devido à paralisação aprovada em Assembléia Comunitária (docentes, técnicos e discentes) que ocorreu durante o período de dia 28 de abril a 05 de maio, cuja pauta se referia ao processo eleitoral para Reitor e Diretores Gerais do IFPR. Com esta paralisação, o período de conclusão do semestre e lançamento de conceitos foi postergado para o dia 10 de julho, conforme e-mail enviado a todos os servidores do Campus pela mesma Direção no dia 08 de junho.


Considerando que o período de férias escolares se iniciaria no dia 09 de julho, assim como o período de férias dos docentes, o cancelamento ou alteração da data da Reunião de Pais seria uma ação técnica evidente, assim como a alteração de data ocorrida em maio, não tendo nenhuma relação com a greve atual ou com a adesão de parte dos servidores do NAEP a esta greve. Ademais, não faz sentido uma Direção Superior responsabilizar um setor a ela subordinado pela não execução de uma atividade proposta.


Embora o Coletivo de Técnicos em Greve do campus Curitiba tem a clareza de que o movimento paredista provoca prejuízos na condução do planejamento das atividades no campus, efeito que faz parte da pressão política do movimento, e, portanto, não teríamos nenhum problema em assumir essa responsabilidade, visto que a mesma se encontra amparada em nosso direito de greve, esclarecemos que a atual greve foi deflagrada no dia 19 de junho e não apresenta nenhuma relação com o cancelamento da reunião de pais pela Direção.


Curitiba, 14 de julho de 2015
 

Coletivo de Técnicos em Greve do campus Curitiba

* A Nota de Esclarecimento original se encontra assinada pelos membros do Coletivo presentes na reunião de 14/07 e será publicada assinada em nosso blog em breve.

** Esta nota de esclarecimento foi enviada na data de hoje para a Direção de Ensino do campus Curitiba solicitando como direito de resposta que a Nota de Esclarecimento seja divulgada nos mesmos meios utilizados, ou seja, e-mail aos servidores e estudantes e página do Facebook do Campus Curitiba.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Aprovado Pauta Local - Reitoria

Na reunião do Coletivo de Técnicos em greve do campus Curitiba de hoje, 14/07, aprovamos a Pauta Local - Reitoria. 

A pauta está estruturada em 4 (quatro) eixos principais que são: 
- Eixo 1: Respeito!
- Eixo 2: Democratização da gestão do IFPR;
- Eixo 3: Condições de Trabalho no IFPR;
- Eixo 4: Carreira dos TAES.

Clique na página específica da Pauta Local - Reitoria acima e conheça o documento inteiro.

O encaminhamento decidido pelo Coletivo foi o envio da pauta para a Coordenação Estadual de Mobilização, sugerindo a discussão nos demais campus e aprovação de uma Pauta Estadual.

Coletivo de Técnicos em Greve do Campus Curitiba
Greve IFPR 2015 - greveifpr2015@gmail.com

segunda-feira, 13 de julho de 2015

1.000 visualizações!

No dia 22 de junho criamos este blog para tratar da Greve no IFPR em 2015. Após 3 semanas no ar, o blog alcançou a marca de 1.000 visualizações, o que reflete o interesse da comunidade pela nossa greve, bem como a seriedade que temos tratado os temas discutidos em reunião e o movimento em si.


Obrigado!

Coletivo de Técnicos em Greve do Campus Curitiba
Greve IFPR 2015 - greveifpr2015@gmail.com

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Coletivo de Técnicos em Greve do Campus Curitiba visita a Reitoria

Nesta quinta-feira, 09/07, um grupo do Coletivo de Técnicos em Greve do Campus Curitiba visitou a Reitoria para uma conversa com os técnicos lotados no órgão central do IFPR.

A conversa foi feita de maneira bem informal, iniciando com uma apresentação do histórico dos fatos que levaram a esta greve, a forma que estamos conduzindo este movimento, um panorama de como a greve está se desenvolvendo nos outros campus do IFPR e por fim um convite aos colegas aderirem ao movimento.

Agradecemos aos colegas da Reitoria que participaram da reunião. Agradecemos também ao colega Rafael de Irati que estava no Comando Estadual da Greve e esteve conosco nesta ação na Reitoria. 

O nosso Coletivo está a disposição para auxiliar e ajudar os técnicos da Reitoria que quiserem aderir ao movimento e convida a todos que participem das nossas reuniões terças e quintas.

Coletivo de Técnicos em Greve do Campus Curitiba
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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Informe da FASUBRA sobre a reunião do Fórum dos Servidores e Ministério do Planejamento

A FASUBRA noticiou hoje em seu site um curto relato sobre a reunião do Fórum dos Servidores Públicos Federais e o Ministério do Planejamento. Leia abaixo:

A reunião do Fórum dos Servidores Públicos Federais com o secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Sérgio Mendonça, aconteceu às 17h30min. O evento estava agendado para as 14h, mas foi remarcado a pedido dos SPF, após ser constatada a presença de outras entidades que não compõe o fórum e que não estão em greve. Segundo Rogério Marzola, coordenador geral da Fasubra Sindical, o motivo seria a necessidade de uma reunião específica para debater a pauta de reivindicações dos servidores em greve. Milhares de trabalhadores técnico- administrativos e docentes permaneceram em vigília em frente ao prédio do ministério durante o evento.
Os Servidores Públicos Federais não aceitaram a proposta de reajuste do governo de 21,3%, por considerar o índice insuficiente. As discussões foram sobre a necessidade de rever o índice ofertado e reduzir o tempo do reajuste, proposto para quatro anos; debater reajuste de benefícios, data base e a negociação coletiva - OIT 151 (Convenção nº 151, da Organização Internacional do Trabalho, relativa à Proteção do Direito de Organização e aos Processos de Fixação das Condições de Trabalho na Função Pública). Até o dia 21 de julho será agendada uma nova reunião. 

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Pesquisa sobre reposição de trabalho ou das horas trabalhadas e desconto dos dias parados



Uma discussão que tivemos dentro do nosso Coletivo, motivado pelo posicionamento de algumas chefias e alguns colegas que não aderiram à greve, foi sobre a reposição do trabalho ou das horas não trabalhadas durante a greve no período pós-greve. Fruto desta discussão, o Coletivo encaminhou por se realizar uma pesquisa sobre o tema e posteriormente elaborar um texto simples para dirimir todas as dúvidas quanto à reposição.

Abaixo, segue pesquisa realizada:

Ponto 1: Lei da Greve

Conforme já estudamos no Coletivo, a greve no serviço público ainda não tem lei específica, devendo-se adotar no que couber a Lei nº 7.783. Sobre a questão da reposição, não há artigo expresso que trate deste tema. Contudo, o artigo 7º trata da suspensão do contrato de trabalho durante o período de greve:
Art. 7º Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho (fonte: http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/LEIS/L7783.htm).

Ponto 2: Cartilha de greve

As cartilhas em geral tratam da possibilidade (ou não) do corte de remuneração durante a greve e consequentemente da reposição do trabalho em face do corte (ou não).

A cartilha da FENAJUFE, datada de março de 2010, pergunta se os dias parados são descontados. Igualmente o SINTJURR, em cartilha não datada mas com referências a documentos de 2014, logo mais atual, também pergunta se os dias parados são descontados.As respostas são praticamente idênticas: 

Via de regra, o pagamento dos dias parados tem sido objeto de negociação durante a própria greve. Essa é a melhor alternativa. Se a greve for levada a julgamento, caberá ao Tribunal decidir sobre o pagamento ou não dos dias de paralisação. E não serão pagos se a greve for declarada ilegal ou abusiva. Portanto, é essencial observar as exigências formais para deflagração do movimento, evitar abusos e negociar sempre. (fontes: http://www.blogdareitoria.ufscar.br/wp-content/upload/CARTILHA_GREVE_NO_ SER VICO_PUBLICO-1.pdf e http://www.sintjurr.org.br/index.php/downloads-diversos/finish/3-documentos-diversos/8-cartilha-da-greve-para-os-servidores-sintjurr)

Já a cartilha do SINASEFE, datada de junho de 2011, elaborado por Wagner Advogados Associados, responde para a questão se os dias parados serão descontados da seguinte forma: 
EM TERMOS. O pagamento dos dias parados, via de regra, tem sido objeto de negociação durante a própria greve, situação que favorece os servidores quando presente o diálogo. Contudo, o Supremo Tribunal Federal estabeleceu que a greve de servidores suspende o contrato de trabalho (ou seja, suspende o vínculo funcional, já que os servidores são estatutários) e, consequentemente, o alcance da remuneração. A despeito disso , a manutenção do repasse deverá ocorrer sempre que a greve tenha sido provocada justamente por atraso no pagamento e outras situações excepcionais. Nesse ponto, é importante atentar para a ressalva consistente na definição de “outras situações excepcionais”. Ela abre a possibilidade de discussão quanto à excepcionalidade de diversas situações, o que permite, nesses casos, o pagamento da remuneração mesmo no período de greve. Em situações que há a necessidade de posterior compensação do serviço, inclusive fora do horário, é motivo que pode ser alegado como justificativa para o pagamento da remuneração do período de greve, já que o trabalho será necessariamente realizado a posteriori e tanto a Constituição Federal quanto a legislação ordinária vedam a prestação de trabalho gratuito. Esse é um aspecto importante a ser analisado em eventuais ações judiciais que tratem da questão da remuneração relativa ao período de greve (fonte: http://www.sinasefe.org.br/antigo/cartilha_greve_serv_publico.pdf)
As duas cartilhas mais atuais pesquisadas, ambas de junho deste ano, uma elaborada pelo Coletivo Nacional de Advogados dos Servidores Públicos – CNASP e outra pela FENASPS, assim tratam dos vencimentos durante a greve:
Este é, sem dúvida, o tem a mais árduo a ser enfrentado, especialmente porque esta cartilha não se propõe a teorizar sobre este debate. O argumento central para que a categoria justifique a manutenção dos vencimentos durante a paralisação é de que serão criadas equipes para manter o funcionamento mínimo e que, especialmente, o trabalho acumulado será recuperado após o encerramento do movimento. A possibilidade de corte de vencimentos durante a greve é sempre decidida caso a caso, dependendo da motivação da greve (que pode ser, por exemplo, justamente cobrando o pagamento de algo que deveria ter ocorrido), da categoria envolvida, e outras circunstâncias. Existem categorias que, por exemplo, devem garantir uma determinada meta, como os docentes, que têm sua atividade condicionada a uma carga horária letiva anual fixada em leis esparsas. Estes servidores, por exemplo, deverão recuperar as aulas perdidas durante a greve. Os fiscais alfandegários, por exemplo, ao final da greve deverão normalizar a liberação de mercadorias represadas em portos e aeroportos, de forma que compensarão os dias parados. Portanto, são exemplos de situações peculiares que influenciarão diretamente em eventual discussão sobre descontos dos dias parados.
A jurisprudência atual do Superior Tribunal de Justiça não estabelece um bom cenário sobre o tema. Segundo o STJ, há legitimidade no desconto dos dias não trabalhados pelos servidores públicos em greve, diante da suspensão do contrato de trabalho. Ainda assim, a decisão deixa uma margem para a negociação, ou seja, “a compensação dos dias parados através de acordo entre as partes”.
Importante observar, ainda, que o tema desconto em vencimentos dos servidores públicos por dias parados em razão de greve teve repercussão geral reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (Agravo de Instrumento nº 853275, de relatoria do Ministro Dias Toffoli) estando-se no aguardo de solução final. O recurso foi interposto contra decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que declarou a ilegalidade do desconto, pois entende que o referido desconto representa a negação do próprio direito de greve, na medida que retira dos servidores grevistas seus meios de subsistência. Além disso, entende o TJRJ não haver norma legal que autorize o desconto na folha de pagamento do funcionalismo, tendo em vista a ausência de uma lei de greve específica para o setor público.(Fontes: http://www.aptafurg.org.br/novo_site/images/stories/documentos/cartilha_greve_no_servico_publico_Jun2015.pdf e http://www.sindprevspr.org.br/common/uploads/noticias/9ce07d24d3a4f04667c94b2c9911a276.pdf)

Ponto 3: Acordo de Greve

Até o momento, o que se pode entender é que a lei e a jurisprudência entendem que durante a greve o contrato de trabalho é suspenso e vigora o Acordo de Greve feito entre as partes e se for o caso o entendimento judicial.

Assim sendo, interessante verificar como se deu o Acordo de Greve assinado entre o Ministério do Planejamento e a Fasubra em 2012:
Clausula Sexta – A entidade signatária deste Termo compromete-se a orientar pelo cumprimento do Plano de Reposição de Trabalho referente aos dias não trabalhados por motivo de greve ou paralisações de serviços, sob responsabilidade das Instituições Federais de Ensino, e acompanhar a sua fiel execução, com vistas ao restabelecimento imediato da normalidade, na prestação de serviços à sociedade (fonte: http://www.fasubra.org.br/index.php/component/phocadownload/category/27).
No âmbito dos Institutos Federais, a operacionalização do Acordo de Greve assinado se deu a partir de acordos locais.

No IFSC, a seção SINASEFE e a Reitoria assinaram um acordo que para os técnicos trazia a necessidade dos servidores, na execução do Plano de Reposição de trabalho referente aos dias não trabalhados, dar prioridade para as atividades acumuladas que poderiam trazer prejuízos aos discentes e à Instituição. No mais o Acordo trata com maiores detalhes da reposição dos docentes em vista de cumprir o calendário acadêmico (http://www.ifsc.edu.br/images/jornalismo/termo_assinado.pdf).

No IFTO, a seção SINASEFE também assinou acordo com a Reitoria. Em relação aos TAEs, o acordo determina que a reposição de trabalho se dará conforme Plano de Reposição de Trabalho dos TAEs, preferencialmente aos sábados e/ou durante a semana e que o cumprimento de horário além da jornada de trabalho será aprovado pelo Colegiado do Campus (http://www.ifto.edu.br/ifto_cms/docs/arquivos/210920121107TermodeAcordon012012.pdf).

No IFRS se dá a situação mais interessante pois foi aprovado pelo Conselho Superior, uma resolução que trata sobre a reposição, com anexo que descreve as atividades a serem repostas mensalmente, assinado pelo servidor, chefia imediata e diretor geral/pró-reitor. Veja o documento abaixo:

Neste caso, não se repõe a carga horária mas sim as atividades em atraso, conforme Acordo de Greve. (fonte: http://www.ifrs.edu.br/site/midias/arquivos/20121023103938461resolucao_n%C2%BA_094_plano_de_reposicao_de_tae-1.pdf).

Em resumo: encerrada a greve é importante assinar um Acordo de Greve que garanta o não desconto dos dias parados e ao mesmo tempo possibilite a reposição do trabalho, em especial, das atividades paradas.