O Coletivo de Técnicos em Greve do Campus Curitiba divulga nota pública elaborada pelo Fórum das Entidades Sindicais dos Servidores Públicos Federais em 31 de agosto de 2015:
REAJUSTE EM QUATRO ANOS, NÃO!
O
Fórum das Entidades sindicais dos servidores públicos federais, em
reunião realizada no domingo, 30 de agosto, amplamente representativa,
decidiu, por unanimidade, não aceitar a proposta de reajuste plurianual
apresentada pelo governo (21,3% parcelado em quatro anos), por
considerá-la insuficiente, vindo à público esclarecer à sociedade sobre a
negociação em curso.
Tal
decisão foi tomada após amplo debate no qual as entidades concluíram
que a proposta apresentada pelo governo não considera as perdas dos
servidores públicos federais nos últimos quatro anos. Além disso, a
política econômica em curso não tem conseguido manter a inflação
estável, aprofundando a corrosão salarial. Ainda, não há disposição do
funcionalismo público federal em aceitar uma proposta que sequer cobre a
inflação projetada pelos próprios indicadores oficiais, como também não
considera as perdas passadas, o que significa uma drástica redução no
poder aquisitivo dos trabalhadores.
A
intransigência do atual governo nas mesas de negociação não se resume à
apresentação de proposta rebaixada. Ações que visam a deslegitimar e
pressionar os trabalhadores têm sido uma marca do governo, na medida em
que ordenou o corte de ponto dos trabalhadores de categorias que estão
em greve, tal como os trabalhadores do INSS. Tal postura não contribui
para o avanço das negociações entre governo e funcionalismo, como também
não ajuda a avançar nas negociações, ao condicionar o aceite do índice
geral rebaixado (21,3% divididos em quatro anos) à negociação das pautas
especificas das categorias que estão em campanha salarial neste
momento.
As
consequências do ajuste fiscal aplicado pelo governo tem recaído sobre
os trabalhadores. Cortes no orçamento dos serviços públicos, em especial
nas áreas da saúde e da educação; demissões nas montadoras que
receberam incentivos fiscais e redução de impostos do governo nos
últimos anos, justamente para não demitir; medidas provisórias que
atacam direitos previdenciários, bem como o endurecimento nas
negociações com o funcionalismo, são exemplos de que são os
trabalhadores que estão pagando a conta da crise. Enquanto isto,
aumentam os lucros dos banqueiros e dos mega empresários, que continuam a
bater recordes a cada ano.
Diante
deste cenário, o Fórum dos Servidores Federais unificou sua posição de
não aceitação da proposta do governo, exigindo negociação real e
imediata, pois o que se viu até agora foi a imposição unilateral de uma
proposta rebaixada, que não encontra acordo em nenhuma das entidades que
compõem o Fórum dos SPFs. Entretanto, nossa unidade não acontece
somente em relação à negativa da proposta. Em uma só voz queremos dizer
que continuaremos a lutar e a construir ações unitárias nas ruas deste
país.
Queremos,
ainda, demonstrar a nossa disposição em avançar nas negociações,
cobrando do governo uma mudança de postura na mesa de negociação e
melhorando a proposta em relação ao índice e ao tempo definido para os
reajustes. A unidade dos servidores públicos, ampliada a cada dia, visa à
prestação de serviços públicos de qualidade para a população
brasileira, já tão penalizada com a alta carga tributária e a redução de
direitos trabalhistas no país.
Por
fim, lamentamos que o governo mantenha a postura intransigente na mesa
de negociação, prolongando o conflito e as greves em curso e
prejudicando a população brasileira, que quer ver restabelecidas as
atividades dos serviços públicos, principalmente nas áreas da saúde e da
educação.
FÓRUM DAS ENTIDADES DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS
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